No ano passado, o fotógrafo brasileiro Lucas Pinhel passou a noite em uma prisão em Paris. A acusação? Usar um drone para tirar fotos aéreas da Champs-Élysées. A França é um dos países com maiores restrições à presença das pequenas aeronaves em seu espaço aéreo – mas não o único. Outros destinos turísticos com regras rígidas para os drons são Itália, Egito e algumas cidades dos Estados Unidos, como Washington D.C.

As regulações são geralmente relacionadas a questões de segurança, combate ao terrorismo, eventuais danos a pessoas e propriedades e excesso de ruído emitido pelo aparelho. Mas, como se trata de uma novidade, a tolerância à aeronave varia muito de um país para outro. A União Europeia, por exemplo, promete criar uma regulamentação única para o bloco até 2020.

Para quem não abre mão de levar seu drone para fazer fotos no exterior, vale a pena tomar algumas precauções antes de embarcar. 

1.    Pesquise as leis locais

Na Nicarágua, drones não podem voar acima de 30 metros de altura. Na França, o limite são 150 metros, mas a aeronave deve ficar longe de espaços públicos urbanos. As regras são similares no Reino Unido, onde os drones não podem chegar a distância menor do que 50 metros de qualquer pessoa, construção ou veículo. Em Washington, nos Estados Unidos, e também no Vaticano, é completamente proibido colocar drones no ar. No Egito, é necessário conseguir uma autorização do Ministério da Defesa do país.

Em resumo, cada país (e, por vezes, cada estado ou cidade) tem suas próprias regras. O melhor é estudar a situação do seu próximo destino antes de empacotar o drone e todos os seus acessórios. Comece nos sites de órgãos oficiais do país, como as secretarias de turismo e as agências de aviação. Além disso, vale buscar por mapas colaborativos que indicam se o país é ou não “drone friendly”.

2.    Cheque as regras da companhia aérea

No Brasil, não há uma norma única estabelecida pela ANAC sobre o transporte de drones. Isso significa que cada companhia aérea pode estabelecer suas próprias regras. Por isso, é imprescindível checar quais são as normas da empresa antes de ir até o aeroporto.

Além disso, vale lembrar que, de forma geral, o transporte de baterias de íon lítio em bagagens despachadas é proibido. Portanto, o mais recomendado é levar o drone na bagagem de mão. Mesmo nesses casos, vale destacar que a ANAC permite o transporte de no máximo duas baterias – e desde que elas não excedam 160Wh.

3.    Não deixe de homologar seu drone

Segundo a ANATEL, desde 2016, no Brasil, todos os drones que transmitam radiofrequência devem ser homologados. Hoje, alguns já vem com a homologação de fábrica. Mas, se não for o caso do seu, é preciso realizar o procedimento antes de viajar. Sem homologação, o drone pode ser retido até que a documentação seja regularizada, mesmo que tenha sido adquirido no exterior.

Também vale ficar atento às regras de utilização de drones em território brasileiro. Por aqui, a regulamentação é feita pela ANAC, que determina que todo drone acima de 250 g seja cadastrado na agência. Não é permitido que eles voem há uma altura maior que 120 metros. É preciso de autorização para sobrevoar locais com pessoas e, nestes casos, o recomendado é que o drone não voe a uma altura menor do que 30 metros. 

4.    Se ainda não comprou o seu, escolha com cuidado

Quanto maior e mais robusto, melhor a qualidade das imagens e a autonomia do seu drone. Mas isso não significa que ele será uma boa opção para viagens. Se sua meta é apenas conseguir boas fotos e vídeos para postar nas redes sociais, vale apostar em drones menores, mais fáceis de adequar às regras externas. E, ainda por cima, mais baratos e mais leves.

5.    Bom senso em primeiro lugar

Os registros ficam lindos e pilotar um drone é bastante divertido. Mas, ao chegar em um novo destino, é importante estar atento aos transtornos que seu gadget pode causar aos outros turistas. Na dúvida, vale a recomendação de Signe Brewster, colaborador do site Wirecutter, especializado no teste e avaliação de produtos. Ao escrever um guia sobre drones, ele disse: “Eu prefiro pecar pelo excesso de cuidado. Se eu estiver em um destino turístico e outras pessoas estiverem ao alcance da voz, não colocarei o drone para voar. Eu não gostaria de ouvir 10 zumbidos ao redor, então eu não vou ser o primeiro”, recomenda.

Fonte: Época Negócios Online – 22/08/2019 – 16h50

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